...cultures were not opinions ♫

História verídica baseada em fatos reais (ou não)

É. Resolvi voltar. Ainda sem coisas interessantes pra postar, mas...acho que ao menos alguém vai dar uma risadinha com isso. ou não.

"Acordei antes de o despertador soar, e resolvi ficar na cama, afinal, embaixo dos cobertores estava tão quentinho e aconchegante. Quase me lembrava seu abraço. Mas, apesar de confortável, estava tão tediante lá, parada, inerte, no meio da escuridão. Foi quando liguei o celular e iluminei brevemente o quarto a minha volta, apenas por diversão.
Já era quase hora de levantar, cancelei o alarme e levantei-me, colocando os chinelos que repousavam ao lado da cama, como todos os dias. Virei-me para o lado e tive uma surpresa, imagem essa que vi talvez amedrontaria a maioria das pessoas, mas mantive-me ali, parada, apenas observando. Ela era tão pálida que quase confundi sua pele com as vestes brancas. Seus cabelos eram compridos e lisos, parecendo fios castanhos de seda, quase dourados, que desciam uniformemente, sem nem ao menos uma ondulação ou fio fora do lugar. Sua boca era fina e avermelhada, ao contrário dos olhos. Grandes olhos levemente amendoados e contornados de um preto muito forte, com íris quase negras. Suas pupilas pareciam dilatadas e, ao fixar meus olhos nos dela, parecia que toda esperança e alegria estavam esvaindo-se lentamente, enquanto eu não conseguia desviar o olhar daqueles olhos fundos. Maldita mania de olhar todos nos olhos!.
Percebi que, assim como eu, ela não se movia. Foi quando virei a cabeça para o lado e, instantaneamente ela também o fez. Fiquei pasma, talvez até meio assustada, mas permaneci. Após alguns segundos endireitei-me e ela também o fez, exatamente igual. Não sei ao certo a feição que fiz, mas seu rosto contorceu-se numa expressão de dúvida e um certo temor, sempre com aqueles olhos inexpressivos e depressivos.
Não conseguindo mais aturar aquele olhar pesado, dei meia volta e deparei-me com a janela do quarto atrás de mim. Meu cérebro demorou um pouco para processar o que acontecera. Ela não estava na janela, do lado de fora, observando-me. Ela estava na minha casa, no meu quarto, e mais, ela estava dentro de mim e eu a podia ver no espelho. Não, ela não estava dentro de mim. Aqueles eram os meus olhos inexpressivos que todos fixavam ao longo do dia."


É, ficou meio mórbido, mas foi o que ocorreu na manhã de sexta-feira.
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